quinta-feira, 20 de agosto de 2015

SER GOVERNADO- PROUDHON

PIERRE-JOSEPH PROUDHON: SER GOVERNADO

“Ser governado é: ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legisferado, regulamentado, depositado, doutrinado, instituído, controlado, avaliado, apreciado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude. Ser governado é: ser em cada operação, em cada transação, em cada movimento, notado, registrado, arrolado, tarifado, timbrado, medido, taxado, patenteado, licenciado, autorizado, apostilado, admoestado, estorvado, emendado, endireitado, corrigido. É, sob pretexto de utilidade pública, e em nome do interesse geral: ser pedido emprestado, adestrado, espoliado, explorado, monopolizado, concussionado, pressionado, mistificado, roubado; Depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa: reprimido, corrigido, vilipendiado, vexado, perseguido, injuriado, espancado, desarmado, estrangulado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, para não faltar nada, ridicularizado, zombado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis sua justiça, eis sua moral! PROUDHON, Pierre-Joseph. 

A propriedade é um roubo. L&PM Pocket. Porto Alegre. 2001. 172p. (p. 114-115). [15 de março de 2006]

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

FILME: QUERÔ


CRÍTICA - QUERÔ - É um dos filmes mais emocionantes e contundentes que vi nos últimos anos. Consegue fazer do olhar ofendido do pequeno Querô a única chama de dignidade de seu protagonista. – Carlos Reichenbach Querô, o filme de Carlos Cortez, trás a tona os garotos que permanecem a solta nas ruas. Desprovidos de oportunidades, filhos de uma miséria asfixiante, e sem rumo numa metrópole massacrante. Jerônimo (Maxwell Nascimento) é órfão, morador da baixada santista, criado pela cafetina de sua mãe. Rebelde, sem amigos e a mercê das tentações mundanas, Querô – como é conhecido – acaba indo parar na prisão. Eis o celeuma de todo o problema da vida do protagonista. No meio de outros desvalidos da sociedade, Querô é estuprado e obrigado a conviver com uma sociedade que não aceita outra moeda de troca senão a própria vida. Ou você joga o mesmo jogo, ou está fora. Querô alterna estas duas possibilidades, porém seu caminho é torto e inevitável. “Por que mãe, porque tu me pôs no mundo? Vivo de favor, durmo de favor, como de esmola. Isso presta mãe? Isso acaba com a gente. Deixa a gente ruim, mãe.” A frase dita pelo protagonista na solitária é de doer no peito. Nascimento traz para o personagem solidão, ingenuidade e raiva com uma verossimilhança que faz toda a diferença para a trama. Não sem motivo a Globo já tratou de escalar o ator para sua novela adolescente, Malhação. Maria Luisa Mendonça – impagável como a mãe de Quero – Ângela Leal, Ailton Graça – com uma comicidade que lembra o trapalhão Mussum – Eduardo Chagas, Claudia Juliana, Milhem Cortaz, Eliseu Paranhos e Igor Maxiliano. Completa o elenco de um filme intenso, provocador e triste. Outra cena que torna o expectador, cúmplice de Querô é a descoberta do amor. “Eu gosto quando tu me chama de Jerônimo, eu pareço outro cara”. Ao se deparar com o amor na figura de Lica, o menino desprovido de afeto, vê na jovem adolescente uma acolhedora chama, que rapidamente é apagada. Impossibilitado de ser o “Jerônimo da Lica”, Querô desiste. É tão pertinente um filme como Querô, que tentar justificá-lo é algo redundante. Simplesmente veja.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

DOCUMENTÁRIO: CÉSIO 137, O BRILHO DA MORTE

FILME:CÉSIO 137, O PESADELO DE COIANIA


O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia, no estado de Goiás. Foi classificado como nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares. O instrumento, irresponsavelmente deixado no hospital, foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

FILME: SERVIDÃO MODERNA


A SERVIDÃO MODERNA “Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si própria.” Schopenhauer A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários. O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente a organização dominante do mundo. No imenso campo de batalha da guerra civil mundial, a linguagem constitui uma de nossas armas. Trata-se de chamar as coisas por seus nomes e revelar a essência escondida destas realidades por meio da maneira como são chamadas. A democracia liberal, por exemplo, é um mito já que a organização dominante do mundo não tem nada de democrático nem de liberal. Então, é urgente substituir o mito de democracia liberal por sua realidade concreta de sistema totalitário mercante e de expandir esta nova expressão como uma linha de pólvora pronta para incendiar as mentes revelando a natureza profunda da dominação presente. https://www.youtube.com/watch?v=Ybp5s9ElmcY

FILME: INTERVOZES


vídeo fundamental para entender de uma vez por todas como a oligarquia midiática destrói um dos nossos direitos fundamentais, que é o direito à comunicação. Didático, a matéria mostra que a concentração dos grandes veículos de comunicação na mão de poucas famílias beira a monarquia, já que o poder é transmitido de pai para filho. Em pleno século XXI, é vergonhoso para o Brasil que a pornográfica distribuição de concessões de rádios e TVs feitas por (e para) políticos e empresários picaretas no século passado ainda renda esse atraso monstruoso da mídia que, a despeito da sua milionária estrutura física e técnica, faz jorrar todos os dias uma programação de péssima qualidade para os brasileiros. E quando alguém ousa “competir” com esse poder midiático (montando, por exemplo, uma rádio comunitária), eis que todo o poder constituído se une (oligarcas da mídia, políticos, governos, ANATEL, polícia, Justiça etc.) para confiscar, prender, multar e processar aquele que cometeu o crime de tentar – como faz a poderosa mídia – se comunicar de forma eficaz com os seus iguais. E como mudar tal estrutura se a maioria dos políticos e empresários tem interesse direto ou indireto em deixar tudo do jeito que está? Digo “direto” porque muitos políticos são privilegiados donos de rádios e TVs – e foi exatamente por causa disto que conseguiram se eleger; e digo “indireto” porque a outra parcela de políticos (os que não são donos de veículos de comunicação), certamente recebem apoio daqueles que detém o “poder midiático”. Este vídeo foi postado originalmente com o nome “Levante a Sua Voz”. Eis o crédito do mesmo: Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung remonta o curta ILHA DAS FLORES de Jorge Furtado com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil. Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri Direção de Fotografia e câmera: Thomas Miguez Direção de Arte: Anna Luiza Marques Produção de Locação: Diogo Moyses Produção de Arte: Bia Barbosa Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues Animações: Pedro Ekman Voz: José Rubens Chachá https://www.youtube.com/watch?v=KgCX2ONf6BU