sexta-feira, 29 de maio de 2015

É PRECISO TRANSFORMAR O DIA 21/08, DIA DA MORTE DO MALUCO BELEZA, RAUL SEIXAS, EM UM DIA DE LUTA



Eu já ultrapassei a barreira do som
Fiz o que pude às vezes fora do tom
Mas a semente que eu ajudei a plantar já nasceu!!!                                         
Eu vou embora apostando em vocês
Meu testamento deixo minha lucidez
Vocês vão ter um mundo bem melhor que o meu!!!
[...] Vocês serão o oposto dessa estupidez
Aventurando tentar outra vez
A geração da luz é a esperança no ar!!!

  Na música ”Geração da Luz”, Raul  nos dizia que a semente que ele ajudou a plantar já nasceu  e delega para  quem entendeu suas ideias, a tarefa de dar continuidade a elas. Após 26 anos de sua morte,  sentimos a necessidade de transformar a data do dia 21/08 em um dia de luta e, a partir daí, também quem não está engajado nas lutas diárias por nossos direitos repensar suas ações, pois só assim faremos com que a semente que Raul deixou realmente dê frutos. Não podemos apenas sair às ruas todo dia 21/08 em clima de festa para lembrá-lo e depois voltarmos para casa e tudo acaba. Temos certeza que um libertário como Raulzito, que combateu a censura à liberdade de expressão, o sistema capitalista, o poder do Estado, da Igreja e da Polícia, não se conformaria só com isso.
  Raul e Zé Geraldo deixaram claro que não podemos ficar em um apartamento “com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” e nem “na praça dando milhos aos pombos”, enquanto tudo está acontecendo.

 Vivemos em uma sociedade dividida em classes e Raul Seixas era contrário a todo tipo de alienação que submete o individuo. Defendia uma sociedade que defendesse o individuo como único, repudiando o autoritarismo político, religioso. Posicionava-se como um anarquista.

Anarquismo é um sistema político que defende a anarquia, que busca o fim do Estado e da sua autoridade.
O termo anarquismo tem origem na palavra grega anarkhia, que significa "ausência de governo". Representa o estado da sociedade em que o bem comum resultaria da coerente conjugação dos interesses de cada um. A anarquia é contra a divisão em classes e, por consequência, é contra toda espécie de opressão de uns sobre os outros.
 O anarquismo é uma teoria política que rejeita o poder estatal e acredita que a convivência entre os seres humanos é simplesmente determinada pela vontade e pela razão de cada um.
O anarquismo recusa a reforma progressiva como meio de desenvolvimento do Estado, o qual deverá ser fruto da destruição radical da ordem estatal, por meio da ação direta.

Em letras de Raul, às vezes até desconhecidas por muitos, ele criticou e descreveu  a  sociedade capitalista de ontem e de hoje, em que a corrupção é inerente a este sistema, como podemos observar na música “Cambalache”:

"Que o mundo foi, será uma porcaria eu já sei
 Em 506 e em 2000 também
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados
Contentes e frustrados, valores, confusão
Mas que o século XX é uma  praga de maldade e lixo
Já não há quem negue
Vivemos atolados na lameira
E, no mesmo lado, todos manuseados".

 Somos vários indivíduos espalhados, neste sentido, a nossa  unidade vai abalar aqueles que sempre ignoraram o Raul, considerando-o apenas um maluco, mas no sentido pejorativo do termo. Hoje querem usá-lo para ganhar dinheiro, reforçando cada vez mais essa lógica de mercado. Um modelo econômico que leva os pobres a um comprometimento financeiro e a uma alienação imposta pela ideologia dos fetiches, em que consumir produtos cria uma sensação de bem estar e conforto.

 “Ouro de tolo” é a uma letra em que ele descreve o seu inconformismo em relação à situação vivenciada pelo cidadão, pelo trabalhador brasileiro.
 “Eu devia estar contente porque tenho um emprego, sou um dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês. Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo pra ir com a família ao Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos”.

E tudo isso corria sob um regime militar sangrento, tomado pelo medo, restando para as pessoas o comodismo, mas Raul afirmava que esta realidade poderia ser transformada:

“Ah! Eu é que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”.

Estamos espalhados no trabalho, nas escolas e, portanto, sabemos que: "Nunca se vence uma guerra lutando sozinho".
Sambemos também o que o Raul achava dos partidos (mesmo os que apresentam em suas siglas os termos social e socialismo, trabalhadores e trabalhismo), por isso, não podemos contar  nem com eles nem com os sindicatos que estão a serviço deles. Eles acenam sempre com grandes reformas sociais e que, ao chegarem ao poder, a situação dos proletários mudará, no entanto, essa tem sido a maior ilusão na luta pela emancipação, pois você transfere sua ação para intermediários que são os grandes aliados da burguesia, pois fazem suas agitações eleitoreiras, enfraquecendo as forças dos proletariados, seus desejos de rebeldia e mudança, mas, quando as massas estão prestes a explodir, eles apontam as campanhas eleitorais como solução.
 Como bons entendedores das mensagens de Raulzito, sabemos que uma nova sociedade só será possível quando acreditarmos que a destruição do capitalismo apenas ocorrerá com o movimento real, na ação direta.  
 Temos de lutar de forma autônoma em defesa do internacionalismo, rompendo todas as barreiras entre os trabalhadores e, como dizia Che Guevara, "Se você é capaz de tremer de indignação cada vez que se comete uma injustiça  no mundo, então somos companheiros".

 Estamos aqui, tentado dialogar com aquele que realmente entendeu a mensagem  do Raul e sabe de que lado da luta de classes está. Só existem dois lados (exploradores e explorados), não existe neutralidade.
  Nós chamamos você para se unir a nossa classe (explorados), para nos juntarmos às lutas existentes e construirmos novas lutas.
 A atual conjuntura mostra, mais do que nunca, que devemos entender tudo o que está acontecendo. Além de ações, precisamos de bastante teoria, porque as duas devem caminhar juntas.

 “É nas cabeças e nos corações que as transformações têm que acontecer antes de alcançarem os músculos e se tornarem fenômenos históricos.” (Anarco–sindicalismo do século XIX). 

 Quem sabe em um destes 21/8 poderemos realizar o sonho de Raul  que ficou marcado na música “O Dia Em Que a Terra Parou”:

  "Foi assim num dia em que todas as pessoas
   Do planeta inteiro resolveram que ninguém
    Ia sair de casa, como se fosse combinado
    E em todo planeta, naquele dia,
    Ninguém saiu de casa, ninguém".  

 Podemos transformar este dia em uma grande GREVE Geral, mas para isso nós temos que batalhar bastante e tentar conscientizar fãs ou não de Raul Seixas desta necessidade.  
Raul dizia também que: 

"Tem gente que passa a vida inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que está o coringa do baralho”.

 É por isso que defendemos o voto nulo e a ação direta, por sabermos que o problema está no capital e não nos seus capachos, os candidatos que são eleitos para garantirem a mesma estrutura, sempre.


 Se você  tiver interesse em conhecer esses malucos, quer apresentar propostas, críticas e construir esta luta conosco, estamos abertos. Entre em contato:

email: metrolinha743raul@gmail.com

sexta-feira, 22 de maio de 2015

FILME: LINHA DE MONTAGEM

Documentário histórico sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional. Mercedes-Benz, Karmann-Ghia, Scania e, sobretudo a imensa fábrica da Volkswagen, passaram a dar o tom do cotidiano local. Vilas, mercados, transportes se organizaram em torno das fábricas e milhões de trabalhadores se instalaram em suas proximidades. No início daquela industrialização, de produtos pesados baseados na metalurgia, havia muitos riscos no ambiente de trabalho e a remuneração era baixa. A vida dos operários e de suas famílias era simples e com muitas restrições. Se naquela época a precariedade era quase como uma conseqüência lógica, visto que se tratava de uma situação nova, ainda em processo de consolidação, era de se esperar que com o tempo o quadro evoluísse. Mas, por força da famigerada ditadura militar, cravada no meio de nossa história recente, o que de fato ocorreu foi o agravamento das más condições. Grosso modo, os militares empreenderam um projeto econômico atrelado ao capital estrangeiro, comprometendo-se com dívidas e tendo que enxugar o orçamento interno. Isso teve impacto direto na vida dos trabalhadores dos mais baixos escalões. Sem aumento real e com a inflação correndo solta, eles viram seu poder aquisitivo diminuir mais e mais. Além disso, os trabalhadores também foram podados de seu poder de organização e reivindicação. A repressão foi o instrumento usado pelos governantes da época da ditadura para impor aquele modelo econômico, amordaçando qualquer manifestação contrária. No coração do capitalismo, o movimento operário foi o primeiro alvo, no início do golpe, em 1964. O filme foi lançado pela primeira vez em 1982, mas logo censurado pelo governo federal. Foi restaurado e relançado em 2008.

terça-feira, 19 de maio de 2015

SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES

GOVERNO ALCKMIN/PSDB NÃO NEGOCIA COM PROFESSORES

 "Não há soluções mágicas ou milagrosas. Um bom ponto de partida é definir que só mediante a ação livre e direta de todos os assalariados,auto-organizados a partir de seus locais de trabalho,podem esperar ser ouvidos e ter um lugar ao sol. No processo de suas lutas aprenderão a conhecer-se melhor e conhecer aqueles que em seu nome querem falar. Não há vida por procuração, cada um tem que viver a sua, assim como, não há luta por procuração, cada grupo humano tem que auto-organizar-se para travar a sua luta. A união dessas lutas será mais significativa que qualquer eleição.A solidariedade é o maior exemplo. O resto é literatura, e má.( Maurício Tratemberg")

Durante o governo do PSDB a nossa categoria sofre imensas perdas salariais e vários direitos são retirados da noite para o dia. Sofremos  cada vez mais com as péssimas condições de trabalho. Na história  da luta contra o fascismo  sempre foi preciso a unidade de todos para vence-lo, no Estado de São Paulo a política dos governos do PSDB durante 20 anos é o que há de mais fascista.

 Que fique claro:a nossa luta e contra todos os ataques desse governo contra a escola pública. Não lutamos para enfraquecer um governo de um partido e eleger outro e,sim, contra os ataques de todo seles.Seja PT
ou PSDB,onde governam estão a serviço do capital.
 Por tudo isso camaradas você tem que ser um agente de transformação, pois o conformismo de muitos também nos deixou na situação em que estamos. A luta pela educação é de todos.Saiba que, enquanto houver a divisão de classes, haverá lutas, por isso, greves sempre vão ocorrer.

 Do choque permanente de interesse surgiu a luta de classes e dessa luta o proletariado não poderá sair vitorioso se não se organizar de forma a se unir forte e consciente.

 No caso da nossa greve em especial lutar contra o seguinte rol de agressões do governo de São Paulo contra a educação:

 - divisão do professorado em diferentes categorias (F,L,O,..);
 - retirada de direitos básicos;
 - pagamento de bônus a uns, ao mesmo tempo em que não para nada a muitos outros;
 - salas de aula superlotadas,escolas degradadas;
 - terceirização dos serviços na escola e precarização das condições dos trabalhadores que realizam os serviços;
 - falta de professores e redução do número ideal de funcionários;
 - aumento da violência nas escolas;
 - doenças causadas estresse da profissão, mas que o governo nega que existe;
 - perdas salariais;
 - promoção do verdadeiro caos na saúde e na educação.

 Este mesmo governo, na proporção inversa tem dado vários benefícios a classe dos empresários/capitalistas:

 - redução da taxa de juros nos empréstimos;
 - redução dos impostos às grandes empresas;                      
 - concessões/privatizações/entrega das nossas riquezas e dos nossos recursos para a classe dos exploradores capitalistas;
 - aumento salarial aos trabalhadores abaixo da inflação, isto é quando há;
 - garantia de lucros de 100% aos grandes empresários/capitalistas em caso de "perdas"nos investimentos;

   Professores Libertários

domingo, 17 de maio de 2015

SOBRE O OPORTUNISTA PAULO COELHO

SILÊNCIO NAS CORRUPÇÕES DO PSDB

ÓDIO AO PT REVISITADO


            O denominado ÓDIO AO PT (Partido dos Trabalhadores) teve seu acirramento em 2014, antes e após as eleições gerais. Naquela ocasião, um considerável número de eleitores, insatisfeitos com o então e atual governo federal, votou no candidato rival de Dilma (presidente reeleita), o tucano Aécio Neves, fechando com chave de ouro aquele sentimento nacional de ÓDIO AO PT. Sentimento que, após a derrota do candidato Aécio, transformou-se em ódio revigorado (e amargurado) e que teve como principal argumento para atacar a presidente Dilma (do PT) os escândalos de corrupção na Petrobrás.
            Interessante que no Brasil, desde que eu era garota (e olhe que eu já tenho quase meio século de vida) ouvia denúncias de corrupção, envolvendo políticos de vários partidos. A lista inicia com Paulo Maluf (desde as pedras preciosas até obras superfaturadas), passando por Fernando Collor de Melo (e os “saques” da poupança em 1990, hoje eleito senador por seu Estado natal, Alagoas e novamente acusado de corrupção), encerrando com os tucanos Aécio Neves (com seu aeroporto familiar) e Geraldo Alckmin (com as obras do metrô), para não citar tantos outros políticos (inclusive candidatos da última eleição, alguns já falecidos).
            No entanto, a grande parcela da sociedade brasileira que hoje nutre o ÓDIO AO PT (e que agora tem como boneco do Judas para malhação a presidente Dilma) apenas consegue lembrar, lamentar e concentrar-se no escândalo de corrupção da Petrobrás.
            Se não me falha a memória, no famigerado ano em que a então ministra da economia, Zélia Cardoso de Melo, anunciou o confisco à poupança (de ricos, pobres e remediados) houve casos de suicídio (é sério, teve gente que se matou, na época) de pessoas que tiveram o “saque-assalto” de seu dinheiro. No entanto, o atual escândalo da Petrobrás é aclamado como o escândalo de maior repercussão da história da humanidade. Nem a bomba de Hiroshima ou o holocausto-massacre aos judeus consegue causar maior indignação, revolta e dor nas pessoas.
            Sim, já era esperado que a nossa reeleita presidente do PT, Dilma, não seguraria o rojão: inflação subindo, aumento de impostos, de energia elétrica, de gasolina, tudo em um único rodopio alucinado de tornado enfurecido.
            É o momento de revitalizar o ÓDIO AO PT (e agora à Dilma) para deixar clara a insatisfação contra o governo federal reeleito.
            Então surge a grande, a magnânima ideia: o PANELAÇO. Explico: uma manifestação da sociedade brasileira encabeçada e abraçada pela elite, pelos ricos insatisfeitos com a péssima administração do atual governo reeleito.
            Teve panelaço em bairro chique de São Paulo, como o Morumbi, com gente fina, usando como indumentária camisa verde-amarela, batendo panela (de Teflon) com talheres de prata, todos muito bem comportados e nas calçadas, para não atrapalhar o trânsito e as ambulâncias, assim como não incomodar os PMs (bem ao contrário daqueles “vândalos”, “bárbaros” e baderneiros dos Black blocs, que quebram portas de bancos e de lojas, ou seja, destroem a propriedade privada).
            Chega a emocionar ver a galera do panelaço contra a corrupção, contra o péssimo governo de Dilma, tendo à frente a classe alta, religiosos, skinheads, ex-ditadores militares, políticos de diversos partidos e mais um grupo de pessoas que pertencem à classe baixa, mas que estão também ali, dando seu apoio à elite porque, afinal, todos devem estar juntos, em comunhão, em verdadeira congregação de fé para manifestar seu ÓDIO AO PT (e à Dilma!).
            Afinal, está mais que provado que a culpa pela crise da água é do PT, assim como as enchentes catastróficas que alagaram a região norte do país é também culpa do PT (e da Dilma!).
            Venhamos e convenhamos: tudo o que acontece de ruim em nosso país (diga-se de passagem, só acontecem coisas ruins) é culpa do corrupto e maldito PT (assim como dela, da Dilma!).
            É justificável, pois, malhar esse Judas de saia, a presidente Dilma do PT, não importando usar epítetos depreciativos ao dirigir-se a ela como vaca, filha da puta, gorda, machona, etc. Tudo é justificável para a manutenção desse sentimento de repúdio, de indignação, de asco visceral que é o ÓDIO AO PT (e à DILMA!).
            Só fica a perguntazinha, ao final: tirar a Dilma e colocar quem no lugar dela? Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Paulo Maluf, o vice da Dilma, Michel Temer, alguém da família ACM, Marina Silva, Bolsonaro, Tiririca, o técnico de futebol do Corinthians, MC Bundinha, Zezé de Camargo (com ou sem o Luciano), o papa Francisco, o Silvio Santos... ???????
(professora Sônia, março de 2015)


O DISCURSO DE HIPÓCRITA

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Raul canta SO GLAD YOU'RE MINE

Arthur Big Boy Crudup

BIOGRAFIA DE ARTHUR BIG BOY CRUDUP

ARTHUR 'BIG BOY' CRUDUP( 24/08/1905 - 28/03/1974)
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 Nascido em 24 de Agosto de 1905 na cidade de Forest, Mississippi, Arthur 'Big Boy' Crudup, foi, apesar do pouco reconhecimento de seu trabalho, um grande ícone do Blues, e de grande importância para o astro do Rock, Elvis Presley.
 Começou sua vida trabalhando nos campos rurais e começou sua vida musical num coral da igreja com seu tutor, Papa Harvey, um músico de Blues local. Mas somente aos trinta anos aprendeu a tocar violão, sozinho. Em 1940 se mudou para a elétrica Chicago com o sonho de se tornar milionário, mas rapidamente se viu sem nada e começou a tocar nas ruas. E foi nas ruas que ele conheceu o caçador de talentos Lester Melrose, da gravadora RCA.
 Seu primeiro grande single, "If I Get Lucky", foi gravado junto com o baixista Joe McCoy, no dia 11 de Setembro de 1941, pela marca "Bluebird", uma subsidiária da RCA. Seguido de vários outros singles.
 Ele gravou cerca de 80 músicas para a RCA, até descobrir que foi enganado pela mesma, quanto aos direitos autorais de suas músicas.
 Até que em 1952 ele assina com a Trumpet Records com o nome de James Elmer e pela Checker Records com o nome de Percy Crudup Lee. Logo em 1954 o astro branco do Rock (ainda não era entitulado assim), Elvis Presley regrava a canção de Crudup, chamada "That's Alright Mama" (a primeira música gravada por Elvis pela Sun Records). Com o sucesso da música, Elvis ainda gravaria mais duas canções dele: "My Baby Left Me" e "So Glad You're Mine". Isso até rendeu a Crudup o título de pai do Rock 'n Roll.
 Mas, mesmo entitulado dessa maneira, logo caiu no esquecimento e voltou para a vida no campo, e ficou por lá durante todo restante da década de 50. Voltando apenas em 1961 para gravar pela gravadora Fire.
 No final da década de 60, com a popularização do Blues, Crudup volta a ativa fazendo turnê pela Europa, e se apresentando várias vezes por todo Estados Unidos. Seu concerto no dia primeiro de Março de 1974 no Hunter College, em Nova Iorque, é o último.
 Em 28 de Março de 1974 ele vem a falecer na cidade de Nassawadox, Virgínia. A técnica de Crudup é bastante primitiva, ele tem um forte senso de rítmo e de musicalidade.

Dançando Rock nos anos 50

Elvis - Rock anos 50

Rock anos 60 - Jerry Lewis e Tom Jones

Rock anos 50 - Chuck Berry

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Raul falando sobre política

CLARICE LISPECTOR

Conto: "Mineirinho" | Clarice LispectorImprimirE-mail

Escritora-Clarisse-Lispector-2É, suponho que é em mim, como um dos representantes do nós, que devo pro­curar por que está doendo a morte de um facínora. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irre­dutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perple­xidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.Por que? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais.
Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos.
Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais — vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu - que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva.
Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. Como não amá-lo, se ele viveu até o décimo-terceiro tiro o que eu dormia? Sua assustada violência. Sua violência inocente — não nas conseqüências, mas em si inocente como a de um filho de quem o pai não tomou conta.
Tudo o que nele foi violência é em nós furtivo, e um evita o olhar do outro para não corrermos o risco de nos entendermos. Para que a casa não estre­meça.
A violência rebentada em Mineirinho que só outra mão de homem, a mão da esperança, pousando sobre sua cabeça aturdida e doente, poderia aplacar e fazer com que seus olhos surpreendidos se erguessem e enfim se enchessem de lágrimas. Só depois que um homem é encontrado inerte no chão, sem o gorro e sem os sapatos, vejo que esqueci de lhe ter dito: também eu.
Eu não quero esta casa. Quero uma justiça que tivesse dado chance a uma coisa pura e cheia de desamparo em Mineirinho — essa coisa que move montanhas e é a mesma que o fez gostar “feito doido” de uma mulher, e a mesma que o levou a passar por porta tão estreita que dilacera a nudez; é uma coisa que em nós é tão intensa e límpida como uma grama perigosa de radium, essa coisa é um grão de vida que se for pisado se transforma em algo ameaçador — em amor pisado; essa coisa, que em Mineirinho se tornou punhal, é a mesma que em mim faz com que eu dê água a outro homem, não porque eu tenha água, mas porque, também eu, sei o que é sede; e também eu, que não me perdi, experimentei a perdição.
A justiça prévia, essa não me envergonharia. Já era tempo de, com ironia ou não, sermos mais divinos; se adivinhamos o que seria a bondade de Deus é porque adivinhamos em nós a bondade, aquela que vê o homem antes de ele ser um doente do crime. Continuo, porém, espe­rando que Deus seja o pai, quando sei que um homem pode ser o pai de outro homem.
E continuo a morar na casa fraca. Essa casa, cuja porta protetora eu tranco tão bem, essa casa não resistirá à primeira ventania que fará voar pelos ares uma porta tran­cada. Mas ela está de pé, e Mineirinho viveu por mim a raiva, enquanto eu tive calma.
Foi fuzilado na sua força desorientada, enquanto um deus fabricado no último instante abençoa às pressas a minha maldade organizada e a minha justiça estupidificada: o que sustenta as paredes de minha casa é a certeza de que sempre me justificarei, meus amigos não me justificarão, mas meus inimigos que são os meus cúmplices, esses me cumprimentarão; o que me sustenta é saber que sempre fabricarei um deus à imagem do que eu precisar para dormir tranqüila e que outros furtivamente fingirão que esta­mos todos certos e que nada há a fazer.
Tudo isso, sim, pois somos os sonsos essenciais, baluartes de alguma coisa. E sobretudo procurar não entender.
Porque quem entende desorganiza. Há alguma coisa em nós que desorganizaria tudo — uma coisa que entende. Essa coisa que fica muda diante do homem sem o gorro e sem os sapatos, e para tê-los ele roubou e matou; e fica muda diante do São Jorge de ouro e diamantes. Essa alguma coisa muito séria em mim fica ainda mais séria diante do homem metralhado. Essa alguma coisa é o assassino em mim? Não, é desespero em nós. Feito doidos, nós o conhecemos, a esse homem morto onde a grama de radium se incendiara. Mas só feito doidos, e não como sonsos, o conhecemos. É como doido que entro pela vida que tantas vezes não tem porta, e como doido com­preendo o que é perigoso compreender, e só como doido é que sinto o amor profundo, aquele que se confirma quando vejo que o radium se irradiará de qualquer modo, se não for pela confiança, pela esperança e pelo amor, então miseravelmente pela doente coragem de destruição. Se eu não fosse doido, eu seria oitocentos policiais com oitocentas metralhadoras, e esta seria a minha honorabilidade.
Até que viesse uma justiça um pouco mais doida. Uma que levasse em conta que todos temos que falar por um homem que se desesperou porque neste a fala humana já falhou, ele já é tão mudo que só o bruto grito desarticulado serve de sinalização.
Uma justiça prévia que se lembrasse de que nossa grande luta é a do medo, e que um homem que mata muito é porque teve muito medo. Sobretudo uma justiça que se olhasse a si própria, e que visse que nós todos, lama viva, somos escuros, e por isso nem mesmo a maldade de um homem pode ser entregue à maldade de outro homem: para que este não possa cometer livre e aprovadamente um crime de fuzilamento.
Uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso - nesse instante está sendo morto um inocente. Não, não é que eu queira o sublime, nem as coisas que foram se tornando as palavras que me fazem dormir tranqüila, mistura de perdão, de caridade vaga, nós que nos refugiamos no abstrato.
O que eu quero é muito mais áspero e mais difícil: quero o terreno.

POESIA DE CLARICE LISPECTOR

"...Estou em plena luta... Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não termos um ao outro... Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. ... Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer " pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes se apagar a luz... Mas eu escapei disso Lori,, escapei com a ferocidade com que se escapa da peste e esperarei até você também estar mais pronta."

TOCA RAUL

MANIFESTO DE GLAUBER ROCHA

FILME SOBRE GLAUBER ROCHA

MARCELO NOVA DEFENDE RAUL SEIXAS

FILME: MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE- PARA SE DISCUTIR O QUARTO PODER

FILME:CIDADE DO SILÊNCIO

MINI-SÉRIE: COLÔNIA CECÍLIA

OUSAR O ANARQUISMO